segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Não se cale. Denuncie! Ligue 180.

As mulheres são dedicadas, sensíveis, fortes e cheias de atitude. Supermães, profissionais, donas de casa e que cuidam da família. Porém, são vítimas de agressões verbais e físicas diariamente. Uma realidade triste que está cada vez mais presente nos lares brasileiros. Dia 10 de outubro, é celebrado o Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher. A data foi criada em 1980, após um movimento nacional realizado em São Paulo, em protesto contra o índice crescente de crimes contra as mulheres. O problema atinge todas as classes sociais e está mais perto do que se imagina. Muitas mulheres se escondem por trás dessa crueldade, como é o caso da personagem desta matéria que sofreu ameaças e agressões durante quatro anos. Maria (nome fictício)  relata o porquê de ter suportado por tanto tempo os atos de violência e aconselha as vítimas que também passam por esta situação.
  
Maria faz parte do grupo de mulheres que já sofreu ou ainda sofrem com a violência. Quando ela conheceu seu marido, não sabia o que lhe esperava. Após um ano morando no Exterior por causa do trabalho, o casal voltou ao Brasil. "Eu conheci a verdadeira personalidade do meu ex-marido quando voltamos para minha cidade. Aqui ele começou a usar cocaína e a beber. Quando ele estava sob efeito do álcool ou e da droga, era quando aconteciam às agressões. Era sem motivos e até mesmo em lugares públicos. Eu lembro que  ninguém se manifestava para me defender”, relata.

Ela chegou a realizar um boletim de ocorrência (B.O.), mas devido às constantes ameaças de morte que recebia do companheiro, teve que retirar por medo que algo grave acontecesse. "Nunca chamei a polícia militar e quando fiz um B.O. não consegui deixar o processo ser concluído. Arrependo-me de mentir e não ter buscado ajuda com os meus familiares e com a segurança pública. Esses são os melhores meios para tentar encontrar uma solução e se defender", afirma Maria.

Maria acabou se separando, mas foi só depois que começou a namorar outra pessoa que o ex-marido passou a deixá-la. Depois de quatro anos de sofrimento, ela começou a ter uma nova vida e afirma que hoje é feliz. "Prefiro apagar essa parte do meu passado. Eu vivia desarrumada, sem comer e nunca dormia bem. Superei tudo isso com a ajuda dos familiares e da minha força de vontade para poder mudar minha vida. O que eu posso indicar para as mulheres que sofrem agressões é jamais esconder da família e da polícia a situação. Temos nossos direitos e eles têm que ser procurados", aconselha.
Violência
Caracteriza-se como violência contra a mulher qualquer ato que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher. Para punir os agressores, a Lei Maria da Penha traz a criminalização da violência contra a mulher desde 2006, prevendo responsabilização dos agressores, que normalmente estão inseridos no ambiente familiar. Para denunciar ligar para a Polícia Militar no 190 ou na Delegacia de Polícia 181 com atendimento 24 horas.  

Por: Thais Trevisol

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