domingo, 19 de abril de 2015

Eu, “macho” com inclinação à direita, liberal de traços conservadores, pareço ser um colunista improvável para este blog tão feminino, tão aparentemente à esquerda, defensor do amor livre, crítico severo do machismo e da homofobia. Mas fui convidado a escrever e aceitei o convite como muito gosto. Meu objetivo é sempre derrubar mitos, confrontar o senso comum, meter a mão em cumbuca. Para isso, nada melhor do que ser improvável, dando ao leitor que espera uma coisa, outra totalmente diferente. Então, vamos lá!
Quero começar falando de certo “movimento gay”, algo que considero inútil na luta dos homossexuais pelo respeito que tanto merecem. Os gays deste “movimento”, que levantam bandeira, promovem “beijaços”, tiram as roupas em público, longe de ganharem admiração, reforçam o estereótipo da homossexualidade promíscua, centrada na libido. É claro que eles têm todo o direito de se comportar desta forma, mas creio que assim não chegarão aonde tanto desejam, aonde podem chegar. 
A ostentação da sexualidade é sempre cafona, seja ela homossexual ou heterossexual, e a cafonice não é bom cartão de visitas. Se eu sair às ruas afirmando minha “macheza”, serei ridículo, e apenas reforçarei a imagem do homem preconceituoso e arrogante. Desconfio que o mesmo aconteça com os gays que fazem da orientação sexual a sua causa, o centro de suas vidas. Os gays que mais contribuem para acabar com o preconceito são aqueles que levam os dias normalmente, destacando-se por suas qualidades e tratando com mero desdém a discriminação. 
Cada um vive como quer, e ninguém tem o direito de se intrometer na vida afetiva e sexual alheia. A liberdade deve prevalecer sempre, é o valor mais importante. Para conquistá-la, os gays precisam apenas ser espontâneos, sem afetação, assumindo seus relacionamentos com serenidade, desprezando de modo blasé os preconceituosos sem necessitar de sua aprovação. O amor tem de ser livre, mas como dizia Mário Quintana, “se tu me amas, ama-me baixinho, não o grites de cima dos telhados, deixa em paz os passarinhos”. 
Texto por: Luciano Schimidtz 

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