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As mulheres são dedicadas, sensíveis, fortes e cheias de atitude. Supermães, profissionais, donas de casa e que cuidam da família. Porém, são vítimas de agressões verbais e físicas diariamente. Uma realidade triste que está cada vez mais presente nos lares brasileiros. Dia 10 de outubro, é celebrado o Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher. A data foi criada em 1980, após um movimento nacional realizado em São Paulo, em protesto contra o índice crescente de crimes contra as mulheres. O problema atinge todas as classes sociais e está mais perto do que se imagina. Muitas mulheres se escondem por trás dessa crueldade, como é o caso da personagem desta matéria que sofreu ameaças e agressões durante quatro anos. Maria (nome fictício) relata o porquê de ter suportado por tanto tempo os atos de violência e aconselha as vítimas que também passam por esta situação.
Maria faz
parte do grupo de mulheres que já sofreu ou ainda sofrem com a violência.
Quando ela conheceu seu marido, não sabia o que lhe esperava. Após um ano morando
no Exterior por causa do trabalho, o casal voltou ao Brasil. "Eu conheci a
verdadeira personalidade do meu ex-marido quando voltamos para minha cidade. Aqui
ele começou a usar cocaína e a beber. Quando ele estava sob efeito do álcool ou
e da droga, era quando aconteciam às agressões. Era sem motivos e até
mesmo em lugares públicos. Eu lembro que ninguém se manifestava para me
defender”, relata.
Ela chegou
a realizar um boletim de ocorrência (B.O.), mas devido às constantes ameaças de
morte que recebia do companheiro, teve que retirar por medo que algo
grave acontecesse. "Nunca chamei a polícia militar e quando fiz um B.O.
não consegui deixar o processo ser concluído. Arrependo-me de mentir e não ter
buscado ajuda com os meus familiares e com a segurança pública. Esses são os
melhores meios para tentar encontrar uma solução e se defender", afirma
Maria.
Maria acabou
se separando, mas foi só depois que começou a namorar outra pessoa que o
ex-marido passou a deixá-la. Depois de quatro anos de sofrimento, ela começou a
ter uma nova vida e afirma que hoje é feliz. "Prefiro apagar essa parte do
meu passado. Eu vivia desarrumada, sem comer e nunca dormia bem. Superei tudo
isso com a ajuda dos familiares e da minha força de vontade para poder mudar
minha vida. O que eu posso indicar para as mulheres que sofrem agressões é jamais
esconder da família e da polícia a situação. Temos nossos direitos e eles têm
que ser procurados", aconselha.
Caracteriza-se como violência contra a mulher
qualquer ato que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico
à mulher. Para punir os agressores, a Lei Maria da Penha traz a criminalização
da violência contra a mulher desde 2006, prevendo responsabilização dos
agressores, que normalmente estão inseridos no ambiente familiar. Para
denunciar ligar para a Polícia Militar no 190 ou na Delegacia de Polícia 181
com atendimento 24 horas.
Por: Thais Trevisol
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